19.6.13

Que tanto doa o coração
que o queiras vomitar.
Consigo poucas vezes vomitar tudo...tudo o que quero.
Cravam-se sempre penas de saudade
na garganta,
que um dia foi tua 
para te cantar
tudo aquilo que tinhas medo
que faltasse ... 
...pra guardar.
Peço-te que não tenhas pena,
que não temas que a bondade me apague ou sufoque 
muito menos que o medo afogue.
Da raiva só espero tiros, corda de ciume...
...que descubras
em quantas partes se rasga uma pele;
que o pescoço te satisfaça;

Mas dá-me sorrisos. Que ganhe o melhor, com ou sem coração e que nao seja preciso nenhum tipo de ressentimentos...nem culpas... muitos menos culpas. Seremos tanto quanto o quisermos. Tão nús. Não basta ver a pele? Pouca que vi em ti...pouca que me bastou. Que me dês sorrisos mesmo que no fim te reste nenhum. Dá-me sorrisos para que os possa comer mesmo sem fome.O que restará só depois importa. E pouco importará. Oh...dá-me sorrisos para que me possa despedir com eles. E na verdade também deles. Vem com eles para que mais sorrisos possamos trazer. Mas traz nada que me diminua os olhos quando te vir. Aprendi a medir-te pelo contrário do dilatar das pupilas e pelos sorrisos que iamos aprendendo a semear. Que te apertem os dedos por tão longe de mim andares. Que deixemos o tempo passar. Que ele passe e que lhe entreguemos os sorrisos guardados. Esperando pelo sufocar do arranque do coração. Já suplica...dá-me sorrisos. Que eles passem entre os dedos e que os vejamos a ir embora. Simetria dos beijos que deixamos fugir. Agora que o vento os leve a todos mas ao menos que me dês os sorrisos.

9.6.13


Sem controlo nos labios cuspi
mais bocados de sentido do que julguei ter em mim.
Não quis nada.
Ao que saiu implorei que voltasse a entrar
e que se escondesse.
Perdida de emoções
e raciocinio
confundo o que penso e digo
e erro nas vezes em que tenho de escolher.
Salta então de um dedo para o outro, às voltas
e sem cair, o meu musculo com problemas anónimos
para mais tarde entre dois montes de carne explodir.

13.5.13

Quando as expressões e feições começam a ficar longe da memória eu aperto o corpo contra os sonhos até que pingue a recordação. Se não pingar torna-se a minha casa num deserto, pronta a secar qualquer movimento contra e a favor de mim. Fora da livre vontade e do agir por instinto continuo a querer ver-te com olhos de quem vê por dentro, de maneira a que as palavras engolidas e os meios esboços de alegria não me custem a paciência. A confiança, segurança perfeita da flor da vida, vai murchando enquanto adormece para encher o meu jardim de alguens que estão na memoria até um dia voltarem a ser mais que isso.

6.5.13

pára de crescer tanto ao ponto de desaparecer
que o espaço cá dentro anda a ser sugado,
comido e digerido, mastigado mas não por mim.


14.4.13

no desespero e no controlo
falta-me o sono.
quando encontram, reecontram, reecantam ...
...eu recomeço.

26.3.13

Precisamos de amor e de nos ver bem. Estamos muito dentro de nós...ninguem ve a ilha sem sair dela.

8.2.13

Amor é morte lenta e penosa, discreta e violenta de um coração já antes degradado por uma campa de rede. É saudade impiedosa que rasga veias ressequidas por palavras ditas tarde demais. Não se manifesta como quero, quando apetece e não se nota a decadência. mata a dor da essência do saber e não dizer. Tão poucos que resistem, sem sequer os poder ver. Quando a vontade apertar, aperta até que desapareça baixinho. Balões cheios sempre voaram mais alto.

24.1.13

há quem se sinta um copo de água caído a verter, eu sinto-me um copo de gelo...
...caído a verter nada.

12.1.13

pouca importam as loucuras ou atitudes... se não pensar nelas

5.1.13

Tudo de bom que me foi dado por ti vinha com intenção de me mostrar que em breve chegaria um fim. Os fins demoraram sempre mais tempo que todos os começos. Quando fomos tudo só o parecíamos e agora vamos só não sendo. Fomos muitas vezes absurdos, ridículos sem noção do que era preciso para se ser sem se ficar só pelo parecer. Calamos e não sofremos, sofremos para não calar. Quero que os olhos escuros me contem não as vitórias mas as cobardias, as aventuras de quem não precisa de coração, sem tons de confissões. O pior de tudo foi saber que por muitas vezes que viesses ou fosses, nunca ficarias verdadeiramente. 

26.12.12

Enquanto uns queriam tudo eu só queria aproveitar o nada que tivesses para me dar... como se o tudo nunca chegasse a existir. Chegou-me por não estar presente nem ausente, não é impossível sentir-se falta daquilo que nunca se teve? O que vier é bem vindo, o normal é continuar como sempre se esteve.

25.12.12


para compensar o fim do mundo 
deste-me um natal mais leve, 
leve de tanto ter pesado nos meus ombros. 
silhueta perfeita de uma mulher. 
um dos ventos que não foi nosso amigo. 


acredita... 

7.12.12

já ninguém conhece, ninguém percebe, ninguém fala, ninguém é. ponto preto no escuro a encolher e desaparecer. tenho-vos a todos na memória até um dia poderem voltar a ser mais que isso.

2.12.12

Vejo que tudo aquilo que me fez ficar à tua espera não passou de uma impressão, uma das más. Se procurar no coração o que um dia seria para nós, encontro o que acabou por ser de ninguém. Assim fico, estática e a explodir muito discretamente. Com armas até à boca, como uma boa protecção deve ser feita, preparada para matar tudo aquilo que me pudesse tirar a vida... passei tanto tempo à tua espera.  

25.11.12

Tinha a alma a desaparecer porque a luz anda a trocar de lugar. A minha auto avaliação foi directa à bruxaria e ao cansaço. Os culpados? Talvez. Depressão espiritual e falta de vontade. Tudo não era suficiente e sentia nada, já que nada tinha para sentir. Fiquei com duas hipóteses: ou virava louca ou santa.