nunca mais é muito tempo

Vou explicar-te a situação porque penso que ainda não compreendeste:

Em tempos sofri, chorei e perdi a maior batalha da minha vida, perdi o meu primeiro amor e metade do meu coração ferido foi embora, emigrou e disse nunca mais voltar. Mas como nunca mais é muito tempo ele voltou, e só o fez por tua culpa. Voltou porque tu o curaste e prometeste-me nunca mais o magoar. E assim como ele voltou, tu ficaste também cá a morar. Falaste-me do mundo e de todos os teus planos, contaste-me as tuas histórias e deixaste-me fazer parte delas. E finalmente, depois de tanto tempo, voltei a amar e não ter medo, voltei a confiar na loucura da paixão e a entregar-me à pessoa que jurou e provou nunca me fazer mal. Essa pessoa foste tu. Cumpriste tão bem o teu papel que fiquei mal habituada. Agora, como uma criança, mudaste de ideias. De ideias, de sentimentos, de gosto. Melhor dizendo mudaste o teu rumo e como consequência vi-me obrigada a mudar também, e porque? Porque o meu rumo eras tu.

Sinceramente não consigo entender o que aconteceu, só tu podes saber. Lembro-me de te pedir para não me magoares, para não me deixares. Lembro-me das tuas promessas, até dos teus pedidos de casamento, tão tonto que eras. Mas mesmo assim, com todos os teus defeitos e diferenças eu amava-te. Amava-te por isso mesmo, pela tua simplicidade e diferença. Amava-te por seres tu. Amava-te por me fazeres bem. Amava-te porque foste o meu príncipe. Amava-te porque eras meu. Amava-te por tudo e às vezes por nada, mas amava-te. Admito que só tive consciência disso um pouco tarde, talvez tenha sido esse o problema. Olha não sei, mas sei que te amei, e que te amo. Fico à tua espera, não sei até quando, mas fico. Talvez até ao dia em que vieres falar comigo. E apesar de ter ficado desiludida, triste e até um pouco raivosa, continuo a amar-te.