Existem muitas coisas que nunca se devem fazer, Íris. Mesmo quando o corpo implora. Mesmo que a consciência te desça pelas pernas e se deixe ficar no caminho mais longe de casa. Tens de voltar atrás, voltar e exigir tudo de volta. Não pode existir a hipótese de troca. E grito troca por saber que tens tantas vezes vontade de o fazer entre sorrisos e pontos nos lábios. Repara, essa tua insistência em causas perdidas nunca fez sentido aos meus olhos. Se ficou perdido provavelmente não merece ser encontrado e, se não encontras, ficou perdido. E acabou. Mas tu ambicionas sempre por mais e guardas toda a tua esperança na palma da mão, na linha mais forte e esperas que um dia o mundo seja como tu, sonhadora compulsiva. Sei como engoles as palavras cada vez que elas ganham um tamanho superior ao teu sorriso e sei como isso te destrói.
Compreendo os sentimentos desorientados e a contracção a que obrigas o teu corpo mas não queiras entrar em guerra com o mundo, até porque não devemos começar aquilo que não podemos continuar... Tu sabes... a força... sabes que ela te ia fugir. Ela foge-te sempre, não é? E aquilo que te foge é porque pretende não voltar. Se voltou traz-te instabilidade. Salta do trapézio.
1 comentário:
adorei anjo, tá mm perfeito!
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