Hoje confesso-te que toda a culpa ficou nas costas do medo e da doença. Doença por excesso de ilusões, tantas desilusões. Confesso-te que depois dessa tua mudança o meu corpo ficou ainda mais pequeno. Senti-me ouriço-do-mar e tornaste-te no meu maior inimigo. Que se passa contigo? Tem sido a nossa maior comunicação, ou a tua, sozinho. Não me dás hipóteses, continuo em estado anestésico. E subitamente estares ou não estares passou a ser o mesmo por surgires dos sítios que menos espero para pintares a vida de verde esperança. Eu gosto muito de ti, pensava eu. Talvez da maneira errada. Mas gostar é bom e faz sorrir, e acredito nisso porque a Luisinha assim o diz, e acredito que existe assim porque a Esther o mostra todos os dias. Mas nós fechamos os lábios para sempre. Pois é, acabaram as tardes com doce e as noites de abraços no ar. Confesso-te ainda que neste próximo ano que se avizinha as luas vão voltar a ser só minhas, juntamente com o meu coração pequeno. Ele despede-se de ti agora, e promete fazer-me sorrir ainda mais, sem ti. Desejo assim um feliz ano novo, tanto a ti como a a mim. E a vocês todos por me acompanharem durante todo este tempo. Desejo um gostar bonito e inteligente, com tudo o que o gostar merece.