25.2.12

Guardamos os sonhos dentro de garrafas de vidro para mais tarde as lançarmos ao rio. Esperamos que um dia alguém as encontre e que, como por milagre, todos os sonhos se realizem. Por ordem decrescente, surge o sonho de um dia sermos fortes, sem enlouquecer, com felicidade. Porque ainda acreditamos que a eloquência, o bem falar e a dureza da alma são comuns nos dias de hoje. Parece que nos engolimos. Sabemos que a felicidade só existe quando partilhada e, por isso, os ainda não loucos abrem os braços em sinal de boa recepção a seja o que for que aí venha, enquanto os loucos se cruzam sobre si. Ambos esperam sentir-se fortes. E felizes. Mesmo sem o serem. Ou são sem o sentir? Quem não se sente é louco. Nos quartos onde não existem loucos todos se sentem fortes, sem o ser. Nós continuamos a acreditar na normalidade como uma ausência de loucura e esquecemo-nos que nos dias de hoje é preferível questionar-nos como ainda é possível tão grande sanidade em corpos pequenos que se sentem vulneráveis e são feitos de ferro.  

11 comentários:

Anónimo disse...

concordo plenamente

mary disse...

brilhante como sempre

Anónimo disse...

está perfeito!

Emmeline disse...

...sempre a encher me a alma inês

joana disse...

está tão tão,sei lá. então esse trocadilho de palavras...quem mais consegue fazê-lo tão bem como tu?

Maria disse...

tao verdade e tao fixe

Maria disse...

este texto... deu-me que pensar.

Anónimo disse...

"guardamos os sonhos dentro de garrafas de vidro para mais tarde as lançarmos ao rio. esperamos que um dia alguém as encontre e que, como por milagre, todos os sonhos se realizem." ganhaste inês!

Anónimo disse...

vou parar por uns tempos, tem q ser

claire disse...

tens as palavras dentro de ti,isto está tão tão uau

Catarina disse...

A-D-O-R-E-I!